Parece tão engraçado quando não nos encaixamos no perfil do personagem principal das piadas, que quando ouvimos fazemos questão de sair contando também. Mas e quando nos encaixamos? Damos aquele sorrisinho amarelo e logo deixamos a roda de amigos arranjando o que fazer, buscando um ambiente que não nos transforme no centro cômico das atenções.
O fato é que sim, existem piadas que nos chateiam, e as pessoas nem se importam com o fato de ofender o gordo, o negro, o nordestino, a loira ou o português, como se às características físicas ou simplesmente por sua origem o descredenciasse naquela roda de amigos ou conhecidos.
Já pensou no real sentido da frase: "Perde amigo mais não perde a piada?” Ou quando as pessoas são tratadas como ponto de referencia: “Tá vendo aquele gordinho ali sentado? E a clássica: “Esconde a comida porque fulano chegou!!!”
Muitas vezes chegamos a fazer piadas com nosso próprio corpo, com o nosso apetite e esquecemos que isso só da liberdade para que outras pessoas façam o mesmo. Talvez ao fazer isso, acreditamos que estamos bem, seremos aceitos por fazer piadas legais e não por ser uma pessoa legal.
Imponha respeito, aliás, vejo isso como uma parte muito importante, basta o fazer com respeito às pessoas e de uma forma branda. Trabalhei anos em uma empresa com uma mulher obesa que usava seu corpo e as reações dele como piada, para mostrar as pessoas que estava satisfeita e que não se importava.
Na primeira oportunidade que teve, ela fez redução de estomago... Isso me fez pensar até que ponto ela estava satisfeita, e se agredia daquela forma, não posso crer, pois muitas vezes criamos um personagem e foi isso que reconheci nela, uma personagem de algum programa humorístico, mas que não era remunerada para tal, não tinha saúde, e nem o respeito das pessoas.